que constantemente nos atormenta.
Queremos mais ou menos tempo, de acordo com a circunstância, queremos que passe devagar ou depressa de acordo com o momento, e às vezes, naqueles momentos perfeitos, até desejamos que pare, que fique assim...
Mas o tempo não pára. Nunca.
Hoje não é igual a ontem, mas nós somos a soma de todos os tempos.
Dos tempos passados depressa, dos que passaram devagar, dos momentos em que desejámos que o tempo parasse.
Mas eu, hoje, sou sobretudo a soma dos tempos chorados. Dos tempos que desejei que passassem depressa, e que, sem eu dar conta nunca passaram. Carrego-os todos, sem esquecer nenhum.
E isso é mau.
Porque para avançar no tempo, é preciso deixar o tempo passado no devido pretérito, e não no presente.
Mas eu não sou assim.
Sou de dificil perdão, e de ainda mais dificil esquecimento.
Carrego todos os acontecimentos e todas as dores.
Também os risos, mas nesses nem penso, porque assim devem ser, lembro-me sobretudo do que não deve ser.
Não reparo em tudo o que está no devido lugar, mas reparo de imediato na fotografia que não está exactamente como a coloquei.
E por isso Sr. Tempo, dê-me tempo, e peço ao seu binómio, que me dê espaço.
Tempo e espaço, para me reerguer, para me encontrar, para esquecer, mas sobretudo tempo e espaço para cuidar de mim, da minha alma.
É isso. Tempo e espaço...
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