sexta-feira, dezembro 21, 2012

É Natal!


Ora cá em casa temos uma árvore bem tradicional. É assim que gosto. Nada de árvores brancas ou rosa fuchia, ou pretas, mas uma árvore bem tradicional, cheia de luzes, bolas de diversas cores, sinos, estrelas, bonecos de madeira, tudo a que temos direito! Mas sem luzes com musiquetas irritantes e que quase nos levam ao Magalhães Lemos.
É Natal, o mundo não acabou (pelo menos a terra não explodiu, o que não significa que pequenos mundos não tenham acabado), e estamos todos por aqui.
Este será um Natal diferente. Não vai haver prendas, pelo menos da minha parte. Não há dinheiro.
Podia fazer aqui uma série de dissertações sobre como a falta de dinheiro me fez ser criativa e oferecer presépios com rolos de papel higiénico, ou como passei a última semana a fazer compotas e capinhas para os frascos, mas seria a mais pura mentira. Tenho passado o tempo com o mais profundo sentimento de roubo, injustiça, falta, dúvida, fim, enfim com todo o conjunto de sentimento pouco honrosos.
Por isso BOM NATAL, mas para mim este ano não há Natal, até porque os miúdos não vão estar comigo e como tal 2012 é para mim um ano sem Natal.

quinta-feira, dezembro 20, 2012

Pensa

no que fizeste e achas que não sei. E agora..... agora pensa que sei.
Não ensaies desculpas nem explicações. Não são aceitáveis. Não há explicação. A lealdade é a minha qualidade preferida, a falta dela, dificilmente é explicável. Não recorras ao acaso, ao "porque sim" ao "foi sem querer" ou a minha preferida "sei lá".
Não tentes.
Uma tecla é apenas uma tecla,mas carregar na tecla é um acto de vontade, é a manifestação de uma vontade, e essa é inexplicável e desleal.
Fechar a porta e deixar entrar pela janela  é o mesmo que me fazer de mim estúpida, algo que estou longe de ser.
Não tivesse eu este 6º sentido tão apurado e tudo seria mais fácil.
Mas tenho, e queria em 2013 não ter (cuidado com o que pedes).

quarta-feira, dezembro 19, 2012

Um mau começo e o fim... Divórcio



divórcio
(latim divortium, -ii)
s. m.
1. Separação de cônjuges por meio de dissolução judicial do matrimónio.
2. [Figurado]  Separação; desacordo; rompimento, quebra (de laços de amizade, etc.).


Ao iniciar o processo mental para o inicio deste post, logo pensei no meu actual estado civil, e depois a dúvida: mas sou divorciada ou sou unida de facto??? Unida de facto não é um estado civil. É um estado fiscal ou um estado legalmente reconhecido, mas não é um estado civil. Assim, e tal como consta do meu C.C. (por acaso não), do meu assento de nascimento sou civilmente divorciada, ainda que num estado mental de casada, e num estado factual (de acordo com quem me conhece) de unida de facto. Complicado fod****!
Mas voltando ao que aqui me trouxe. A P. (minha amiga) vai-se divorciar. E a noticia caiu como uma bomba. Sempre achei que a P. e o R seriam para sempre. Pareciam-me um casal perfeito, amigo, companheiro, com um projecto familiar de futuro, tal o investimento de ambos nas suas carreiras.
E agora isto. O fim. O divórcio. Nem queria acreditar.
Na sexta-feira passada fala-mos do casamento e do divórcio, das causas...
Afinal o  casamento não era o que eu pensava. A telha esconde tanto...
Afinal as pessoas dentro de casa, e nas suas vidas diárias são tão diferentes do que os outros vêm.
Ao ouvi-la, ao ouvir a sua descrição do início da relação pensei "podiam ser palavras minhas".
A mentira.
Quando tudo começa com uma mentira, nunca o "foram felizes para sempre" será verdade.
E as mentiras pagam-se caras, e o injusto é que quem acreditou, quem lutou, vê o fim e olhando para o inicio vê todos os sinais (todos os que ignorou, todos aqueles para os quais foi chamada a atenção por outros) que eram o anunciar do fim.
O fim esteve anunciado desde o início, mas .... quem ama teima, ignora, luta e perde ....
O divórcio mais que um estado civil, é um estado de facto, acontece muito antes de ser declarado ou averbado, e causa dor. 
Mais que dor, penso que causa desalento. É o fim de um projecto, é o fim do conto de fadas em que todos acreditamos e que termina com "e foram felizes para sempre", é o silêncio do padre que afirmou "até que a morte vos separe".
Mas pode ser um recomeço...
À P. desejo o melhor, ciente do que ainda a aguarda
Fica ainda muito por dizer, voltarei a este post mais tarde.

terça-feira, dezembro 18, 2012

Why??????

Ora isto é sobretudo VERDADE! Adoraria que os meus maus - péssimos- momentos, tivessem por companhia cenouras, alfaces, maçãs, mas não, normalmente são chocolates, vinho e cigarros.
E como é evidente o problema não é o acompanhamento dos maus momentos, o problema são exactamente os maus momentos, e aqui que ninguém nos ouve (lê) a minha vida é ultimamente a soma elevada ao quadrado de uma série de maus momentos.
É a dúvida, a doença, a responsabilidade, a falta de dinheiro, a preocupação com os filhos, a espiral descendente que parece não ter fim.
Sem pieguices, mas é mais ou menos isto. É isto.
E sair da espiral tá difícil.
Ando com tempo demais, e tempo aliado a uma mente racional e analítica é normalmente sinónimo de um mau resultado. E porquê? Porque há dezenas de análises, dezenas, centenas, milhares e as conclusões nem sempre agradam.
E agora? Agora, análise das conclusões, análise do ano, porque, quer se queira quer não, há sempre análise do ano que passou e promessas para o ano que se segue, ou pelo menos aquelas firmes promessas que fazemos a nós mesmos, nem que durem exactamente da 00H do dia 1, até às 00.10 H do mesmo dia....   

sexta-feira, dezembro 07, 2012

160 dias


Nada de AAs ou NAs, apenas o Apelo que ouvi até à exaustão num mp3 cor de rosa, na minha casa branca de portadas verdes, com um belíssimo jardim, sentada no meu sofá do meu deck (como sonhei .... a casa claro) e na companhia da noite escura e estrelada, com aquele frio que só a manta polar, copo de vinho e cigarro, aquecem....não aquecem...apenas constatam os braços... os abraços que faltam.
São 160 dias que apenas eu conto, but .... who is counting???
"Porque a dor que agora sentes só se cura com o perdão."
É verdade.
O perdão não cura quem fez o mal, cura quem o sofreu, cura quem o sentiu a dor.
Não estou curada. Não perdoei.
Acho que de quem me causou dor, apenas perdoei duas pessoas. 
O meu pai (e só o perdoei depois de ele morrer - e o que eu dava para o ter perdoado enquanto vivo) e à Joana, a primeira grande desilusão, a primeira que me mostrou o que é a inveja, o ciume, a ausência de perfeição no mundo.
Mas aos dois perdoei.
Acho que não consigo perdoar mais ninguém.
Aos meus filhos, talvez. Os erros ou falhas, os desamores, aos filhos perdoa-se tudo, mesmo que pareça que se castiga. E castiga-se mas perdoa-se, porque é o meu papel de mãe, estar lá, mesmo quando não merecem, mas porque precisam. E a mãe sou eu, só eu. Não há e não haverá mais nenhuma.
Aos outros? Para os outros? Fica a folha de papel, como a dos chocolates, que por muito que esticássemos nunca mais seria a mesma, teria sempre rugas, e vincos e marcas .....

terça-feira, dezembro 04, 2012

Mila e Malo

Podia começar com a brejeirice da palavra que rima com o nome da boneca, ou até ir mais longe e debitar a lenga lenga que também rima com o nome. Mas não, vou mesmo portar-me bem.
Afinal que merda de bonecos são estes?
Ambos têm caras de parvos ele com um ar mais parvo e ligeiramente infeliz.
A cavalgadura que inventou estes bonecos, fez ainda uma terceira estupidez (depois do nome e da cara dos mesmos), que consiste nas duas versões que são.......... (rufam tambores) ...................... Mila e Malo na casa de banho (coisa mais bonita) e Mila e Malo estão doentes.
A sério????
Dois bonecos de focinheiras infelizes que ou estão doentes ou estão na casa de banho, imagino que a "esgumitarem-se" ou com uma diarreia desgraçada, e porquê???? Porque estão doentes, provavelmente com o mesmo vírus que está alojado no cérebro de quem os inventou.

Largar a teimosia

Sempre me irritou a frase"queria ser mais novo(a) e saber o que sei hoje". E sempre me irritou porque achei que haveria um certo orgulho nos erros cometidos, uma aprendizagem, um contributo para a personalidade que temos hoje e para a vida que temos no presente.
Esse orgulho, sempre o levei tão longe, que à custa dele cometi grandes erros no passado, mas sempre afirmei que não mudaria nada, porque, e mais uma vez, foram contributos para quem sou hoje.
Mas hoje, do alto (hahahahahah) dos meus 35 anos, queria ser mais nova e saber o que sei hoje, queria mesmo mudar coisas no meu passado, erros que não iria cometer. Porque são erros caros (literalmente), erros que me fazem hoje ser quem não sou, que me fazem ter uma amargura que não é minha, uma tristeza e uma dúvida, mas principalmente uma falta de optimismo, que sempre foi a minha maior e melhor característica.
Queria ter 21 anos outra vez e saber o que sei hoje.
Já sei que não vai acontecer (claro) mas então quero que o F* da P* que me faz ter estes pensamentos, e afasta de mim a paz, a alegria e o optimismo vá morrer longe, ou vá para o C**** ou seja atacado pelas pulgas de 1000 camelos e imediatamente após fique engessado de mãos e braços. Assim, em jeito de praga .....

domingo, novembro 25, 2012

Perfeito

Há muitas definições de perfeito, e cada pessoa define perfeito à sua maneira, de acordo com a sua vontade e os seus interesses.
A minha definição de perfeito?
Acordar com os teus e os beijos deles, com abraços e beijos e cócegas e risos, como se o mundo fosse apenas a nossa cama.
Pequeno almoço de cereais, almoço de restos (porque o Domingo quando nasceu foi para todos), tarde de manta e jogos (aqueles que nunca ganho), compras para o jantar e passeio com o Garcia e os carros chegados de Londres.
Jantar de lulas e batatas, risos com as anedotas dos tugas e outros "europeios" que insistimos em insultar, quanto mais não seja por dever de oficio. Esse de ser tuga (aqui não há aspas).
Conversa com manos longe e beijos de boa noite, e uma boca ou outra que não fora ser inocente, seria ofensiva (andasses tu com os meus sapatos).
Quizz que perdi, noite minha, noite nossa, com esta luz, com eles no sossego dos sonhos e eu no relembrar dos pesadelos que vou afogando ou afastando dos olhos, como se fossem repas (as que não uso).
Bocage em jeito de anedota e café e Fernando Pessoa, que não cheguei a dizer: "que o poeta é um fingidor,  e finge tão completamente, que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente".
Esta. A minha...

sexta-feira, novembro 23, 2012

E na senda do post anterior

.....apesar de ser teimosa, chata, embirrenta, ciumenta, de ter montes de defeitos, detesto ter razão, esse é o meu maior defeito, ter razão. Beautiful Lie....

Play it one Sam, play ....



Que eu adoro música já aqui o tinha referido. Mas uma das minhas muitas pancadas saudavelmente esquizofrénicas, é arranjar uma música para tudo. Pode parecer ligeiramente louco, mas é verdade.
Tenho uma música para cada momento importante da minha vida, e para cada pessoa.
E não é uma escolha, é uma intuição.
Sem querer, ouço uma música e ligo-a a algo ou a alguém, e depois analiso a letra da música, como se sub-liminarmente contivesse o presságio do que vai acontecer com determinado facto, ou determinada pessoa.
E sempre bateu certo. Pode parecer uma bocado "Maya" ou "Oráculo de Beline", mas para mim é verdade. Não é destino nem nada, é intuição, é o meu "grilo falante".
Não é fácil adorar tanto música e depois encontrar ligações com a nossa vida. Às vezes dá um certo arrepio.
A música supra, é linda. Não a quero sentir como minha, nem para mim.
Não quero que seja mais que uma música magnifica.
Apenas uma música magnifica.

quarta-feira, novembro 21, 2012

The "F" word


Não. Não vou escrever sobre programas de culinária (apesar de, e aqui me confesso, ver bastantes, incluindo o do "logo" acima), é só mesmo para dizer foda-se. 
Foda-se muita coisa, mas sobretudo, foda-se eu ter razão, foda-se a minha intuição não me enganar.
E é isto, interrompi o meu silêncio apenas para dizer foda-se, em género de desabafo (e não sou rapariga de léxico contido), porque às vezes, muitas vezes, pensa-se, vê-se, e a única palavra que surge e expressa o que se sente, é mesmo esta, e em português. FODA-SE.

terça-feira, outubro 30, 2012

A vida é bela e às vezes uma merda


Foi o melhor que encontrei. 
Perfeito, perfeito era a visão do balão ser por um canudo.
Ora então reza a história o seguinte.
Corria o longíquo (do tempo dos subsidios) ano de 2010 e o C. (recente namorado, cerca de 10 meses) viu-se a braços com a problemática natalicia, do "afinal o que oferecer aquela jóia de moça, sem parecer muito apaixonado e sem gastar muito dinheiro, mas que satisfaça as expectativas da ocasião".
Vai daí, ofereceu-me uma experiência (juro que é o que diz a caixa, como se a aquisição da box fosse a única forma de almejar tal objectivo) a dois, com estadia e jantar, e uma outra experiência de spa. Ou seja, duas boxes.
E o que aconteceu às boxes?
Lá ficaram, sugaditas.
Como ao tempo trabalhava fora (como aliás continuo) as experiências foram ficando....
Entretanto mudei de casa, e as experiências  mudaram também de residência e por aqui se alaparam, sempre sugaditas.
E o C. a perguntar quando é que eu as ia utilizar. Mas francamente, para quem viaja mais de 300 km de carro todas as semanas, e finalmente adquire a sua casa de sonho, o que eu menos queria ao fim de semana era que me falassem de malas e viagens.
Mas a vida dá muitas voltas, e de tantas que a minha deu, agora estou em modo OFF, de forma que eu e o C. lá decidimos que ia-mos concretizar a experiência.
Pesquisa, escolha, marcação, ansiedade por um fim de semana a dois........................................................e
Tréis, toma lá a experiência por um canudo, que a vida não é assim tão bela, tem calotes como toda a gente e como tal a sua reserva foi cancelada, porque a empresa não paga aos operadores com quem trabalha, e estes, e bem, deixaram de trabalhar e cancelaram as reservas.
Posto este drama (sim, porque para as minhas expectativas isto é um drama) parece que a vida vai ser bela, mas aqui por casa à beira mar plantada.
Escusado será dizer que já vociferei (vicentinamente) por telefone e por e-mail, porque isto de prometerem uma experiência a vida é bela, e depois cancelarem é pior que tirar chupa da boca de criança, sobretudo nos tempos que correm.
No entanto a vida será sempre bela, mesmo sem experiências prometidas, desde que tenhamos a nossa casa, os 5, juntos!
Agora S. Pedro vê lá se não te dá nenhuma ideia asnática, que a malta gosta de chuvinha, mas prefere raios de sol!    

segunda-feira, outubro 29, 2012

Assustador

Não, não sou do tipo de andar pela casa, abrir a porta da rua ou pegar na naifa e atacar o marido que dorme, mas não deixa de ser assustador.
Que eu falo a dormir já sabia, sei-o há muito tempo, porque a minha mãe já mo tinha dito.
Depois o C. também já me tinha falado disso e claro, ri-se a bandeiras despregadas.
Mas agora o C. gravou, e posso dizer-vos que é assustador.
Eu falo mesmo, eu converso, eu construo uma história qualquer que nem me lembro de ter sonhado.
Na primeira gravação andava a vender bilhetes em S. Bento, (repare-se que era depois do meu trabalho e ganhava 700 euros) e nesta última ia apanhar o comboio para a Austrália.
Ora a primeira conclusão a tirar é que sou completamente LOUCA!
A segunda conclusão é que tenho definitivamente uma fixação com estações e comboios (de comboio para a Austrália, em 1872, só mesmo esta mente perturbada). 
A terceira conclusão é que a S. que sou eu a dormir, é uma cavalgadura que não percebe nada de geografia.
Tudo isto para dizer o quê? Basicamente nada, basicamente aquilo que eu já sabia, ou seja, os meus fusíveis pifaram  todos, não só os que me mantêm acordada, como também aqueles que era suposto me concederem um sono revitalizador e tranquilizante.
No meio disto tudo, está explicado porque é que acordo cansada e com a sensação que nunca durmo, que ando 24H sobre 24H, pelo menos de cérebro, que de físico, sou gaja para me alapar no sofá bastante tempo.
Quem quiser dar uma ajudinha aqui "à je", e que não cobre pela consulta, esteja à vontade, que fico muito agradecida.

Já me alembra


Assim que o tempo começou a arrefecer, era quem mais escrevia sobre as vantagens do Outono, a chuvinha, as mantinhas, etc.
Concordo com tudo isso, até porque o Outono e o Inverno têm o seu quê de conforto, casa quentinha, cházinho, (preferencialmente aquele chá que alguns insistem em chamar de Maduro Tinto) mantinhas, mas......, a Primavera e o Verão para mim é que são bons.
Ontem de madrugada caiu-me a ficha. Lembrei-me de qual a razão pela qual o Outono e o Inverno não são de todo preferidos aqui por casa. O M. acordou cheio de febre.
E Outono e Inverno trazem sempre a merda das gripes, do nariz a pingar, da tosse.
É certo que não me posso queixar. O J. e o M. não são putos de apanhar qualquer coisinha que ande no ar. Aliás refiro orgulhosamente, que do alto dos seus 10 e 8 anos nunca tomaram um antibiótico (também nunca comeram no Mc Donald´s), nunca tiveram doenças a sério, graças a Deus.
Já aconteceu várias vezes avisarem da escola que havia um surto disto ou daquilo, e os meus ricos filhos, nada. Nem uma doença, nem uma varicela, nem uma gripe daquelas que bate com força, o máximo de contágio que sofreram foi piolhos, que é chato e desagradável mas não conta como doença.
Assim, hoje eu e o M. vamos ficar por casa, ele com febre mas sempre com óptima disposição (quem olhar para ele não diz que está doente) e eu a consolar-me com mimos.   

sexta-feira, outubro 26, 2012

Sei lá eu



Ora, e a propósito de "gaijas", fiquei a saber que de acordo com o C. de muitas se pode prescindir (mentiroso) mas a senhora ali em cima é um caso à parte, acho até que as palavras precisas foram "a Pamela é outra coisa, eu não posso deixar de ver a Pamela".
Vai daí e ponho-me a pensar, e não, o tema não é a Pamela, é outra coisa que não sei bem explicar, mas posso tentar. Vou tentar.
 Para já acho que depois de determinada idade, já não há estas coisas dos ídolos  isso é suposto ficar na adolescência. Na adolescência toda a gente já teve uma paixoneta, ou várias, por um(a) cantor(a), actor/actriz, modelo, qualquer coisa, mas toda a gente teve, é normal.
Após os (vá lá deixa-me ser um pouquito condescendente) 25, sinceramente acho que não é normal, nem ninguém está para aí virado, e basicamente porque é estúpido, tal como era estúpido na adolescência, mas é uma fase da vida em que se desculpa alguma estupidez devido aos crescimento, hormonas, what ever, mas após os 25 tenho para mim que não.
Este é o ponto 1.
Ponto 2: quem me conhece sabe que não sou nada do tipo moderninho (o que olhando para mim até se poderia pensar), sou mais do tipo conservador, e portanto para mim não há aquela merda do "pessoas com que me podias trair, que eu não me importava e até ia perceber porque são podres de boas e giras".
Para mim essa é questão que nem se coloca.
Claro que se pode apreciar mulheres lindissimas, mas vamos lá ter calma com a forma como se aprecia (e isto dava tema para escrever pelo menos um capítulo de um livro), como se comenta e o que se aprecia.
Aqui chegada passamos para o ponto 3.
A Pamela? A sério? É uma mulher que deve ter mais silicone e botox que o stock de alguns centros de estética e cirurgia plástica, é completamente artificial, é como se fosse uma barbie ao vivo.
Uma Sofia Vergara, uma Charlize Teron, eu até percebia, porque são de facto bonitas, vistosas, bem feitas, elegantes, agora a Pamela????
C R E D O. 
O que nos leva ao ponto 4, ou seja, como é que se pode apreciar a Pamela e dormir comigo.
Não temos qualquer tipo de semelhança, nem física, nem de espécie nenhuma.
Não sou loira, não tenho silicone, não pretendo ter.
Como é que é possível???

A questão é provavelmente estúpida, mas é isto, não tenho mais nada a acrescentar por hoje, sendo que conhecendo esta mente esquizofrénica, com elevado grau de probabilidade, voltarei ao tema.

Assim, se alguma alma caridosa me conseguir esclarecer, desde já o meu sincero agradecimento, ficarei eternamente grata.

PS: O "sei lá eu", não é qualquer pontapé na gramática, mas apenas a forma como o J. responde quando não sabe mesmo.

terça-feira, outubro 23, 2012

Cancel your acount

Ora, e após anos de FB cancelei a conta.
Deixemo-nos de razões elevadas, intelectuais e merdosas, porque a verdade é uma só, cancelei a conta porque esta merda das redes sociais, estava a dar-me cabo da vida.
Não, não fui clonada, não fui vitima de ciberbullying, apenas me tornei demasiadamente atenta ao que se passava no FB.
E desengane-se quem pense que eram os grandes acontecimentos, vídeos, etc, eram mesmo as coisas do C.
Eu estou doente, não estou a brincar.
Mas isto de conhecer o mural do meu namorado à exaustão, todas as publicações, likes e comentários não só no mural dele, mas também os por ele efectuados noutros murais, é de gente doida, doente, como eu.
Era doentio. Aliás não era, é.
É evidente que não estou a eliminar o problema, estou apenas a eliminar uma das manifestações do problema.
O problema é claramente o meu ciúme doentio. Mas eu ainda não estou convencida de que esse seja realmente o problema.
Francamente, que necessidade existe de andar a ver álbuns das fotos e perfis, sempre das mesmas gajinhas, que por acaso até são colegas de trabalho, e que por acaso até foram alvo do nosso interesse (quanto ao presente também achamos que sim, ainda que o interesse seja outro), a sério, expliquem-me!
Eu tenho a mania de medir os outros pelas minhas medidas, e por isso francamente não entendo.
Eu quero lá saber se fulano passou férias em Esposende, ou foi com os amigos ao Pacha.
A sério, eu quero lá saber.
Acho que não tem interesse. Logo se tal facto desinteressante e inócuo motiva uma visita ao perfil, então tem que haver algum interesse.
Estão a perceber a minha lógica?
Se calhar não.
Bem, reduzindo a minha lógica ao minimamente explicável resume-se a: não percebo o interesse no fútil ou vulgar, logo se motiva a visita, algum interesse tem que haver.
E aqui chegados estamos perto do cerne do problema.
Qual é o interesse? E havendo, seja ele qual for, porque é que se nega?
Expliquem-me vá lá.
O que eu queria mesmo era perceber, porque eu não perceber dá cabo de mim, Expliquem-me como se eu fosse normal, respondam ao que pergunto de forma franca, e sem inícios de frase tipo "tu sabes tudo" ou "sei lá", porque dá-me vontade de ir ao focinho e partir as perninhas.
E é isto, ou quase que é isto.

quinta-feira, outubro 18, 2012

Do que me encanta


Bossa Nova, Porque será? Porque tem uma musicalidade na qual mesmo o desalento não deprime. É um fado menos fatal, um samba menos feliz.
Isto para quem não escrevia nada, até me ando a aplicar.

Do desencanto da mentira


É uma verdade quase absoluta. Toda a gente mente. Mas há mentir e mentir. E não, não me vou estender em dissertações estéreis sobre a mentira e a omissão, porque não contar a verdade ou omitir uma verdade que é importante, vai dar no mesmo. Não interessa o modo, interessa a consequência.
Tudo isto para dizer o quê? Para dizer que o que me fode mesmo são as mentirazinhas, as pequenas merdices, omissões ou hipocrisias, essas fodem-me? E porquê? Porque das grandes mentiras, das grandes omissões há defesa. Há reacção. Há o que fazer.
Mas das pequenas, as pequenas são apenas um "cai-mal" (termo que uso com frequência), um mau estar. Então se não é importante porque não se disse a verdade, ou porque é que não se contou. Ou porque é que se pintou o quadro de outra forma?
Isto tudo para dizer o quê? Para dizer nada. Para dizer apenas que toda a gente mente, o que está mal, mas se tiverem que mentir que seja em grande, como arte e engenho, que não seja à tuga, com as suas coisinhas e jeitinhos.
Prontos é esta a minha esquizofrenia de hoje.

quarta-feira, outubro 17, 2012

Da insanidade

É mais ou menos isto. Sem inicio, sem fim, mas em movimento constante. Mas um movimento quieto. Aquele movimento em que o mundo gira, menos tu, tu ficas. Só te levantas para o que tem que ser. São os miudos na escola, o trabalho (algum) que tentas fazer (mas sem sucesso), a comida dos miudos para preparar, o jantar para pôr na mesa.
E no final?
No final a sensação é de que não te mexeste. Não fizeste nada, apenas a força do mundo a girar, tal como o vento leva a folha, te levou a ti também. Não resististe (nem força para isso tens), aproveitaste a força do mundo, o movimento do vento, o motor do carro.
Na realidade passaste o dia quieta. Sempre quieta.
E essa é a tua insanidade, a espiral para o centro de nada, o movimento que nem te arrasta, o ficares quieta sem saber porquê, a não vida mas apenas estado de alerta.
E ficas... assim ... à espera.

terça-feira, outubro 16, 2012

Frankly my dear i don´t give a fuck


Eu adoro este filme. Lembro-me que quando tinha para aí os meus 17 anos, e durante uns largos meses, o via todas as noites com a minha mãe e o meu irmão, sempre ao Domingo à noite.
E depois??? O que é que o Rhett Brutler fez?? Saiu assim?? Nunca mais voltou? Ou será que voltou e perdoou?
Sempre achei que este filme deveria ter continuação. E já imaginei mil continuações (menos, não exageremos).
Mas a dúvida é? Para o que é que ele se está a borrifar? Para a Scarlett? Para o amor que ela diz que afinal sente por ele? Para tudo?
S. menos que neste momento estás a raiar a Crónica Feminina, comentário de fotonovela.
Mas eu sei, claro que sei.
Há momentos após os quais já não interessa, tá feito.
Por isso S., de mim para ti, vão estas sábias palavras: Fuck it! É passado, não o conjugues no presente, deixa ficar. Não és de não querer saber por isso não tentes. Não sejas algo que não és. Diz o que tens a dizer, chora o que tiveres a chorar e depois.... depois deixa ficar. O presente é melhor que esse passado.
Acredita, no final do filme ele voltou para a Scarlett e perdoou, mas a fita tinha acabado, ou alguém se esqueceu de filmar.
Foi esse o final.



segunda-feira, outubro 15, 2012

Do desencanto ao azeiteiro


Se tenho alguma coisa contra a marca??? Não. Até gosto muito. E sou uma pessoa que não percebe nada de moda, mas este modelito é, na minha modesta opinião, ghetto style. Se alguma rapariga saisse à rua assim, "azeiteira" seria o menos que lhe iriam chamar.
Mas, é Adidas, é a Moda Lisboa, tá tudo muito certo, ou como diria a minha rica mãe "tudo o que é moda ponha na minha senhora".
Eu tenho mais com que me chatear, é verdade, mas isto de na mesma altura aparecer este modelito e a J Lo vir ao Pavilhão Atlântico, não me parece coincidência (J-Lo versão anos 90).

(Foto retirada do blog "A pipoca mais doce", do qual gosto muito)

quinta-feira, outubro 11, 2012

Queria.... Quero ....



“Outro dia o meu marido disse-me " olha o que aquela "maluca" me enviou para o tlm..." Uma sms bastante atrevida da parte de alguém que conhecemos os dois. Claro que fiquei curiosa, li imediatamente e fiquei fula com a tipa ...depois quando vi a cara do meu homem comecei às gargalhadas dei-lhe um grande beijo...rimo-nos como uns perdidos sobretudo quando ele disse :"isto apaga-se e não se liga. Com estúpidas não se perde o tempo ! " E se ela insiste ,perguntei eu ...Aí damos-lhe uma resposta ...respondeu ele !!!”
            Queria que este episódio fosse nosso. Queria que a confiança entre nós fosse assim. Mas não é.
            Tu nunca me mostrarias, e se o fizesses eu iria sempre querer saber o que aconteceu para a tipa se sentir tão à vontade para te enviar sms desse género.
            Se confio em ti? Claro que não.
            Se te amo? Sim.
            Como eu queria confiar em ti, e tirar esta angústia de dentro de mim.
            Às vezes parece que ando a morrer devagar.
            Há dias em que tenho saudades tuas, há dias em que nem consigo olhar para ti.
            Há dias em que nem consigo olhar para mim.
            E sabes o que é pior? É eu não me vingar e achar injusto o que fizeste.
            Se calhar o que fizeste é nada, mas para mim foi muito.
Nunca te faria algo sequer parecido, e não armar o escambal dá cabo de mim.
            Ando a prepará-la, ando. Se farei? Não sei, logo se vê. Quem sabe ainda tenho um ataque de bondade e misericórdia. Ou não.
            E eu sei de tanto. E a minha vontade é confrontar-te com tudo, mas tu nunca dizes nada e eu juro que fico com tanta vontade de te ir ao focinho. Mas não vou, sou da paz.
            E fico.
            E fica entre nós este jogo. Tu escondes e eu encontro. Eu a mandar indirectas e tu a fingires que não entendes (às vezes acho que fazes que não entendes), e entre os dias em que não me lembro e aqueles em que não me esqueço, fica este jogo do gato e do rato, até que chegue o dia, aquele em que tu te cansas ou eu expludo, ou aquele em que eu faço um reset. A última possibilidade é altamente improvável. 

segunda-feira, setembro 17, 2012

Carta ao Ministro Das Finanças


Exmº Sr. Ministro das Finanças

Ando há muito para lhe dirigir algumas palavras, mas não é fácil reunir as condições necessárias para nos dirigirmos a tão imponente figura do panorama nacional.
Porém, neste momento, e após os últimos acontecimentos, não posso deixar de o fazer, dirigindo-lhe algumas palavras de agradecimento e sobretudo reconhecimento.
Não. Não pense que estou a ser cínica, creia-me sincera e honesta
Sobre Finanças Públicas reconheço que não percebo nada,culpa minha, uma vez que na faculdade fiz duas cadeiras sobre o assunto. Mas de facto, não consegui perceber nada do que por ali se explicava. Aliás sempre achei que as Finanças Públicas estão muito mais próximas do exotérico que, a minha área – o Direito.
Contudo, no que concerne a finanças privadas/particulares penso que tive óptimos professores.
Aprendi com a minha mãe o que é fazer o dinheiro esticar até ao final do mês. A minha mãe, professora de profissão, conseguiu criar três filhos, basicamente sozinha, sem apoios sociais ou de outro tipo qualquer (nomeadamente do tipo meu pai que se estava borrifando para o assunto) e conseguiu fazê-lo com imenso sucesso já que eu tenho uma profissão que desempenho com todo o amor, e penso que bem, a minha irmã é investigadora científica e o meu irmão, chefe de cozinha.
Como perceberá – ou talvez não – não era fácil fazer o dinheiro esticar até ao final do mês, mas a minha mãe sabia fazê-lo com mestria e graça. Mestria porque de alguma forma sempre o conseguiu fazer, poupando sobretudo em tudo o que é supérfluo e graça porque ainda demos umas valentes risadas já que conseguíamos ironizar a ausência de determinados bens.
            Supérfluo, ora vamo-nos demorar por aqui mais um pouco.
        A minha mãe sabia – e sabe – perfeitamente identificar o que é supérfluo, por isso, raramente comíamos fora, não tínhamos roupas de marca, não viajávamos muito (e quando o fazíamos era para casa de familiares) não tínhamos os últimos gritos de tecnologia (ainda me lembro de não haver televisão a cores ou leitor de VHS) mas, numa época em que ainda não havia “auto-estrada de informação”, tinha-mos as melhores enciclopédias (incluindo a luso-brasileira) os melhores dicionários, as melhores obras da literatura, o Atlas, enfim, os melhores livros que existiam na altura, e que a minha mãe, lá conseguia – a prestações – comprar.
            Voltaremos ao supérfluo mais tarde.
            O meu outro grande professor foi o meu avô materno.
         Este (autêntico) senhor, conseguiu sozinho montar uma pequena indústria familiar de rolos e pincéis, porém, trabalhava tanto e produzia tais quantidades, que em casa eram recebidos telefonemas da Inglaterra e de Cabo Verde, das empresas clientes, que pediam a quem atendia o telefone (nomeadamente à minha mãe) para passar a chamada à secção da contabilidade, a qual era composta pelo meu avô (que fazia a “escrita” ao Domingo), e pela minha avó, que nos intervalos de fazer roupa para fora, e bacalhau para o almoço, lá ia despachar as encomendas aos correios. Estes telefonemas para a contabilidade eram sempre motivo de grande risota.
            O meu avô, tinha na vida um grande medo (e hoje percebo-o) – as Finanças.
          Mas trabalhou e nunca ficou a dever nada a ninguém, e sobretudo, poupou o suficiente para que ainda hoje a minha avó tenha uma vida confortável.
            Se o meu avô foi um exemplo de trabalho, foi. Mas foi sobretudo um exemplo de honestidade.
            Sem o querer aborrecer ou entendiar, deixe que lhe conte uma história do meu avô.
            Este homem, ia à cidade do Porto com alguma frequência, e ia de comboio.
            Por vezes a bilheteira do apeadeiro onde entrava estava fechada, e durante a viagem o revisor não aparecia.
            Ora qualquer “chico-esperto” esfregaria as mãos de contente, pensando nos tostões ou escudos que teria poupado. Mas o meu avô não. O meu avô assim que saía na estação de S. Bento ia comprar o bilhete que não tinha podido comprar antes (provavelmente hoje em dia o sistema não ia permitir).
            É, na minha opinião um grande exemplo de honestidade.
            Mas voltando ao motivo da minha carta – a expressão do meu agradecimento.
           Sempre me disseram que sempre que não soubesse alguma coisa, deveria perguntar a quem sabe ou, procurar saber, lendo e estudando.
            É isso que sempre tenho feito, e faço com bastante regularidade, já que reconheço que o saber é tão vasto, que há de facto muito que não sei, e não sei de Finanças Públicas, mas estou disposta a aprender.
           Ora os já meus referidos professores de finanças privadas, ensinaram-me a distinguir o importante do supérfluo, a ser poupada e honesta.
         Porque não percebo nada de finanças públicas, e é o tema do momento, achei que o melhor professor para me ensinar seria Vª Exª, e como mais depressa se aprende com a prática do que lendo apenas teorias, analisei as medidas de austeridade que Vª Exª pretende aplicar.
            Corrija-me se estou errada, mas da análise efectuada concluí que, somos um país que na coluna do “débito” (a que aprendi na escrita do meu avô como sendo a do vermelho) tem um valor superior ao que se encontra na coluna do crédito, vai daí, Vª Exª toma medidas, tais como aumento de impostos para equilibrar as contas.
           Aqui chegada, sou assaltada pela primeira dúvida. Ora, como é que eu para equilibrar as contas lá de casa (porque com o aumento de impostos tenho menos rendimento liquido) aumento a receita?
            E concluí que não posso (não sou piegas, nem malandra, mas a lei diz que não o posso fazer).
            E então como resolver? Já sei. Tenho que diminuir na despesa.
            Socorri-me novamente dos exemplos dados por Vª Exª, nomeadamente ao retirar os subsídios e a diminuir o valor dos vencimentos e pensei: “Já sei, vou dizer à minha empregada que lhe vou reduzir o valor que lhe pago à hora pelos serviços de limpeza.”
            Rapidamente percebi que seguir este exemplo dado por Vª Exª era no mínimo profundamente injusto, já que se acordei com a senhora um valor à hora, não posso unilateralmente determinar a redução desse mesmo valor.
            Então em que despesa é que eu vou reduzir?
            Não, também não pode ser no valor do ATL dos meus filhos (andam na escola pública por isso não há despesas do colégio), porque se lhes disser que agora decidi pagar menos, eles, e bem, mandam-me às urtigas (isto para ser educada, porque penso que não seria bem às urtigas que me mandariam).
            Mais uma vez em que despesa, senhor, em que despesa?
            E  forçosamente concluí que teria que ser, não sei muito bem onde, mas talvez menos cafés por dia, mais sopa às refeições, enfim, andei a dar voltas à minha cabeça, e sou-lhe franca, não estava bem a ver.
Não conseguia. Pensava, pensava e nada.
       Até que finalmente, Eureka, percebi como o fazer, e daí esta carta de agradecimento e admiração.
            Eu tenho é que aumentar a receita como faz Vª Exª, que comunica ao País aumentos de impostos ou taxas, ou o que lhe quiser chamar, e assim já consegue.
            Assim, Sr. Ministro, é grata, agradecida, com uma profunda admiração, quase em êxtase que lhe comunico que está notificado para proceder de imediato a um aumento de 30%  do meu vencimento (para dar para o que aumentou em IRS e em IVA de bens essenciais e já agora para o combustível - bem hajam as gasolineiras e esses aumentos não acordados mas em uníssono, um dia destes têm que também me ensinar como se consegue tal feito-.
            Afinal, tantas voltas que dei à minha cabeça a pensar onde iria cortar, para perceber que basta seguir os exemplos de Vª Exª para perceber que não é preciso cortar despesa é preciso é criar receita, e de forma imediata, e como não posso aumentar impostos (a receita que o Estado tem) aumento a única receita que tenho – o meu ordenado, e faço-o como? Como Vª Exª. Comunico o aumento.
            Se Vª Exª soubesse de finanças privadas, como a maioria dos portugueses é hoje obrigada a saber, seria impelido pela consciência ética e prática a uma redução das despesas da máquina do Estado. Mas não a despesa com salários (porque cai na categoria do essencial), e sim a despesa com o supérfluo, e vai daí, diminuiria nos dinheiros concedidos a Fundações (sim, essas que são clubes de determinadas famílias e que não se percebe que interesse público encerra a manifestação prática do seu objecto), reduziria os cargos ocupados por um conjunto de energúmenos e cujo resultado se traduz em rigorosamente nada, colocaria um fim às parcerias publico privadas nas quais o Estado sobretudo tem o dever de pagar e o privado o direito de receber (é que se Vª Exª se está borrifando para o Tribunal Constitucional, um incumprimento contratual deve, coerentemente, ser equiparado a “trocos”)  e sobretudo tomaria um conjunto de medidas para criação de emprego e crescimento da economia, assim poderia depois ir cobrar o IRS e IRC que alimentam o funcionamento da máquina do Estado.
            Mas isto sou eu que, como disse, não percebo nada disto.
         Sem o querer aborrecer com esta missiva que já vai longa, mais uma vez Sr. Ministro, muito obrigada, obrigada pelo esclarecimento, obrigada pelo exemplo, do fundo do coração o meu muito obrigada, e claro, cá fico à espera do aumento (e não se preocupe com despachos ou portarias, já que algumas reduções foram efectuadas sem qualquer suporte legal e por unilateral alteração do programa informático – o sistema como se costuma dizer).
            Despeço-me, não sem antes o informar, que darei conhecimento desta minha descoberta usando os meios ao meu dispor, ao maior número de portugueses, porque, também sempre me ensinaram a partilhar.
            Grata, muito  grata,

                                                                                              Atentamente

                                                                                                     

quinta-feira, julho 26, 2012

A descoberta encanta *


Sou apaixonada por música. Sempre serei.
Há um misto de elevação e transcendência em determinadas músicas.
 O gosto pela música foi-me incutido pela minha mãe, que sempre nos deu música para ouvir, explicou o género musical, que grupo, quando tinha surgido, e tenho saudades das tardes ou manhãs (não me lembro) a ouvir o Top+ ou as terças de madrugada (???) a ver um programa fora de horas que, penso eu, era o Viva Música.
Género musical preferido: BOSSA NOVA!
Sem dúvida nenhuma. Música simples, poesia perfeita, calor e lágrima.
Second favourite: Soul.
E é para mim um enorme prazer, que ás vezes até me pergunto o porquê de ficar tão feliz, quando descubro um novo cantor, uma nova música.
E adorei esta descoberta/encontro do músico Michael Kiwanuka.
 Música deliciosa, voz profunda, harmonia musical, misto de antigo e novo. Em suma, perfeito!
Dizem que é o novo Otis Reding.
Sempre me irritou este do "é o novo não sei quê" "é a nova não sei que mais", como se já ninguém fosse apenas o que é, e tudo se resumisse a reinvenções de tudo o que já foi inventado.
Faz lembrar Otis Reding? Faz. É um novo Otis Reding? Não. Chama-se Michael Kiwanuka, canta divinalmente, tem música e letra numa voz simples mas única, sem grandes pretensões orquestrais, mas com uma simplicidade que lhe confere a subtileza de fazendo lembrar algo, ser único.
E isto é para mim uma grande felicidade, um novo cantor, com um novo som. E isto encanta-me!

terça-feira, julho 24, 2012

Do que me desencanta #1

"Pensa o que quiseres", merda de frase que diz tudo e não diz nada. Conhecendo-te sei que significa que tenho razão na minha afirmação anterior à tua frase. Claro que penso o que quiser, assim o determina a minha maneira de ser, e vá lá que a CRP ( que já não é o que era) também permite que o faça. Sabes o que queira? Não, não era o euro-milhões, e muito menos a frase que o euro-milhões já me saiu duas vezes. Queria, quero, não encontrar os teus rastos, sim os teus rastos. Os teus rastos de insinuações, meias palavras, meias frases, icones animados, likes e toda a parafernália de "ceninhas" que dominam as redes sociais. Queria-te saber só meu, queria-te como o amor que eu imaginei e que eu mereço. Queria que parasses com essas merdas, com essa tua insegurança e carência que te faz como és, como se ser escorpião fosse desculpa para tudo. Queria saber que a nossa história é só nossa, mas lá vou encontrando os rastos das outras histórias, nem que não o sejam, nem que sejam apenas nada, mas são um nada que incomoda. Queria ser eu mais forte do que sou, para te espetar com todas no focinho e te demonstrar o que perdes. Quero, no fundo quero-te, mas como eu quero, como deve ser, e sabes o que me desencanta? Saber, que vai haver repetições, que eu vou saber, que eu vou desculpar, e saber/não saber o que isso significia.

terça-feira, fevereiro 28, 2012

Do que me encanta

Sim, já sou uma rapariga, nos 35! Parabéns a mim!!!!
E assim, vou começar pelo balanço do que me encanta.
Os meus filhos. Os meus dois princípes, com as suas gargalhadas, bulhas, perguntas, brincadeiras, correrias e beijos, muitos beijos.
O J. que tem uma doçura sem fim (só equiparável à sua mania de que a sua vontade tem de prevalecer), o olhar mais ternurento do mundo e um xi coração tão apertado e tão reconfortante como não há igual. Diz sempre "és a minha princesa"
O M. que é perspicaz, curioso, brincalhão e meigo, à sua maneira, que dá beijinhos como se fosse um passarinho e gosta de dizer "Mamã eu amo-te", e ultimamente, "não é possivel gostar mais de alguém do que eu gosto de ti".
O meu trabalho. Que às vezes me desespera, que me faz sentir o enorme peso da responsabilidade, que me afasta dos que amo, que me tira o tempo e me faz esquecer de comer e das horas, mas que eu não trocaria por nenhum outro. O trabalho que eu sempre disse que é apenas o que eu faço e rapidamente se tornou em parte do que eu sou.
A minha casa, porque é o meu lar, o local onde (pudera eu) passaria dias sem fim, sem nunca precisar sair.
A minha família, que mais parece saída do "Brothers e Sisters", mas que se fosse de outro modo, não a sentiria como sinto.
O C. porque me lê como ninguém, sabe sempre os meus silêncios, e as minhas discussões. Sabe muito de mim, sabe o que sinto por ele, e não preciso dizer nada. O C. que me irrita tanto, sobretudo porque às vezes tem razão, porque sabe o que eu não digo, e o que não queria que ele soubesse, que ninguém soubesse.
E como embrulho de tudo o que me encanta, dias de sol e calor (porque no dia em que nasci, apesar de ser Fevereiro estava muito calor), o gato que fez do meu jardim o seu domicílio (e eu não gosto de gatos), as camélias do meu jardim, o melro que por aqui também passeia, a minha praia na minha terra, tudo e sempre ao som da Bossa Nova. 
E claro, ter chegado aos 35, boa de saúdinha (mais física que mental) e relativamente sã, que sem um pouco de loucura isto seria bem mais difícil.
Aconselho porém a mim mesma, moderação nas doses.
Tens 35, "bóta" lá um bocado de sentido. 

segunda-feira, fevereiro 27, 2012

Turning 35

E é isto. Em breve terei 35. Breve que é como quem diz, daqui a umas horas.
E se não faço balanços de fim de ano, faço balancos quando muda a idade, sobretudo de cinco em cinco anos.
Isto para mim não é uma obrigação, mas tornou-se uma evidência ao olhar para trás.
 Aos 20 decidi que ia mudar a minha vida, aos 25 tive o primeiro filho, aos 30 decidi que era tempo de me divorciar e chegados os 35 é tempo de ..... Pois. É isso....
Aos 35 - e isto quando tinha para aí os meus 17 - achei, mas achei mesmo, que aí chegada saberia muito. Não tudo, nunca fui tão tola, mas saberia muito.
Vai daí tropeça daqui, levanta dali, muda aculi, e chegada aos 35 não sei grande coisa.
Sei qual a minha profissão, sei os meus filhos, sei regressar à minha casa. Tirando isso, sei muito pouco.
E sobretudo aos 35 não sei.
E como não sei, vou ali pensar no que me encanta e no que me desencanta para proceder a balanço em conformidade.
Medo da conclusão, honestidade na resposta.