quarta-feira, julho 31, 2013

Ouvimo-la juntos



a primeira vez que a tocaram, e parece que ficou assim, em jeito de maldição. Um amor à turra e às massas mas k dizem eles que é para sempre, dizes tu também em uníssono.
E eu?....... eu apenas ouço, porque isso do "para sempre"está longe demais, e demasiadamente afastado da pele que há em mim.

terça-feira, julho 30, 2013

segunda-feira, julho 29, 2013

Franqueza



"s. f.
1. Qualidade de franco.
2. Sinceridade.
3. Generosidade; liberalidade; isenção."


Acho que caiu no esquecimento por falta de prática continuada e consistente. 
Deve-se ter perdido ali, na Rua da Desculpa esfarrapada no cruzamento com o Beco da falta de tomates.
Hoje, já ninguém tira satisfações, já não se pergunta na tromba afinal o que é que se passou.
Não, isso era franqueza a mais e Deus nos livre de tal.
Hoje cumprem-se protocolos mais ou menos manhoso e definidos por membros de tribo com extrema falta de tomates ou então, mandam-se bocas no Facebook.
Mas afinal qual é o problema?
Andei a pensar nisto ontem à noite entre o "Sexo e a Cidade 2", limpeza do vomitado do J., chá, festinhas na barriga, e mais limpeza de vomitado - uma saga que durou até às 7 da matina.
O problema é que se arranja desculpa para tudo, e como se arranja desculpa para tudo, não se pode confrontar ninguém com o facto de ser uma besta, ou ter agido mal. 
Não. Isso jamais. 
Tudo tem sempre uma desculpa, e como tal não há culpados e porque não há culpados, não se confronta ninguém.
É a infância difícil, é a medicação (o Victan que caiu mal), é o transtorno porque a vida não corre.
Eu não digo que não são factos que estiveram na origem de comportamentos. O que eu afirmo, é que não são desculpas. Não servem para legitimar ter-se sido uma besta, ou ter-se traído, ou ser-se uma vaca que se mete com tudo o que mexe.
Não serve.
Porque problemas toda a gente tem, mas uma coisa é ter agido mal e afirmar "estive mal, fui uma besta, não devia ter feito ou dito, mas tens razão a culpa é minha", outra coisa é "coitadinha, é uma vaca porque teve uma infância dificil", ou "fui incorrecto, mas são muitos problemas nas minhas costas e estava muito sensível".
FODA-SE.
Custa assim tanto reconhecer a culpa, o erro, sem desculpas?
Custa assim tanto um sentido acto de contrição.
A mim não me custa nada. Faço merda, assumo. Tenho que pedir desculpas, peço, assumo se errei.
Por isso não me venham com conversas de merda e desculpas de merda que para esse peditório não dou.
No filme, e na minha modesta opinião, a Carrie foi uma vaca, mas teve-os no sítio para dizer a merda que tinha feito (ainda que tenha ali andado na desculpa esfarrapada do "ai que agora não queres sair e tal, e sem filhos e televisão no quarto..blac"). 
Mas também só nos filmes é que se faz uma merda como ela fez e ainda se recebe um diamante preto...



quarta-feira, julho 24, 2013

Não há perdão



para as lágrimas, as minhas,  que derramei, entalada, na primeira fila, junto à grade.



"Quando o amor se acabou
E o meu corpo esqueceu o caminho onde andou
Nos recantos do teu
E o luar se apagou
E a noite emudeceu
O frio fundo do céu
Foi descendo e ficou

Mas a mágoa não mora mais em mim
Já passou, desgastei, p'ra lá do fim
É preciso partir
É o preço do amor
P'ra voltar a viver
Já nem sinto o sabor
A suor e pavor
Do teu colo a ferver
Do teu sangue de flor
Já não quero saber.."


Da vingança, ou de como se serve.


Bem que sabia que se serve fria. 
Mas não era mulher para isso. Tinha demasiado sangue na guelra, pavio curto.
Tinha pensado e visualizado aquela cena vezes sem conta.
Aliás, nos seus sonhos mais recônditos, até a música tocava
Nesse dia saiu de casa ( não era costume).
Aperaltou-se e lá foi, ao bar onde sabia que ele parava.
A questão já não era confrontar. Era bater mesmo.
É certo que não media mais que 1,54 mts, mas quando se passava.... Bem, quando se passava nem dois metros a assustavam. Fosse pelo físico, fosse pela língua afiada, chegava para qualquer uma, ou qualquer um... ou pelo menos assim o achava, e com provas dadas pois nunca chegou a casa com nenhuma lambada sem resposta.
Ele e os amigos lá estavam (como seria de esperar) e ela, bem ... ela até desejaria que naquele dia lhes tivesse dado uma qualquer macacoa. Mas não deu.
Entrou em passo firme.
Não fosse a musica tão alta e ter-se-iam ouvido os seus tacões em jeito de Sergio Lione.
Dirigiu-se ao balcão. Cumprimentou os presentes conhecidos. Tomou café.
Sentiu os olhos nas suas costas.
Ouviu o sussurrar, os risinhos...
Pediu um fino.
Pegou no fino. Dirigiu-se à mesa onde ele se encontrava.
As meninas cumprimentaram, e os gajos foram (vá lá) reverentes (diz quem lá esteve que tinham um certo receio).
Mas nesse momento ela já tinha perdido as estribeiras.
Espetou-lhe com o fino nas bentas, e não tem ele se afastado tão depressa e levava com o copo também.
Dentro dela?? Nem um pedaço de medo, de rancor, de vergonha. Nada... Apenas pena...
Não lhe devia ter atirado com um fino, mas com uma grade.
Saiu...
Ainda vieram atrás no entusiasmo da coisa.
Quanto a ela?
Ninguém lhe pôs a mão, ninguém lhe dirigiu uma palavra ou pediu uma explicação.
Autoridade também é isto!
Saiu. Sorriu. Esqueceu.

terça-feira, julho 23, 2013

Nessa Rua ...


um dia perdi-me. Num dia de 2007, não me lembro qual, mas após Setembro, altura em que me mudei para Alfama.
Tinha vindo do Chiado, passei no Martim Moniz (zona de má fama, mas com óptimas lojas orientais) e já não sabia o caminho para casa.
Quer dizer, sabia, mas não me apetecia ir até ao Tejo ou à Sé para me encontrar novamente (isso de cartas hidrográficas e Deus na altura parecia-me informação a mais).
Perguntei a um senhor de idade, sentado num banco, afinal onde é que eu estava.
Claro que primeiro me disse: "a menina é do Porto não é?" Ao que respondi: " o sotaque não engana."
"A menina está na Rua do Capelão."
Nem queria acreditar. 
Tinha-me perdido e encontrado naquela rua, na rua do fado que ouvi vezes sem conta, na rua do filme da Amália, na rua do fado que ouvia em casa dos meus avós, essa, onde agora já não se ouvia fado, só gemidos silencioso.
Perguntou-me: "afinal para onde quer ir?"
Respondi: " para a rua da suadade."
Respondeu: "triste sina a sua."
Eu disse: "é verdade. perco-me na rua do capelão. moro na rua da saudade, e o fado da sina pela Cidália Moreira foi o que mais ouvi na aparelhagem do meu avô."
Olhou-me e nada disse. Sorriu, com olhos tristes.
Decidi não ir para casa, fui para o Museu do Fado.
E chorei, sozinha, num daqueles corredores de luz e fado: "reza-te a sina nas linhas traçadas na palma da mão."
Pois reza, ainda hoje ouço murmurar....



sexta-feira, julho 12, 2013

NINU

Não sei muito bem se foste o meu primeiro amor ou o terceiro, mas sei que és um amor que trago dentro de mim, desde que me lembro como gente.
Fui eu que te dei este nome. 
Ficaste Ninu, porque não sabia dizer menino.
Foste o meu único mano durante oito anos, até nascer a nossa ptézinha que é agora a minha ustosinha (sou gaja de imaginação profícua, sobretudo para dar nomes), ou serei eu a dela (hoje já não sei quem toma conta de quem).....
Hoje, estes dias, ao ver-te, coma tua mulher, com o filho que é dela, e com o F. que ainda traz na barriga, sou a irmã, cunhada e tia mais orgulhosa do mundo!
És e tornaste-te um gajo do best!
Adoro ver o vosso carinho, adoro os nossos abraços de manos, adoro todos em minha casa, adoro a Napalai e o Benz, adoro tudo! 
Adoro ter-vos todos aqui. Tão meus. Tão perto. Tão nossos.
Mas deixa-me falar-te de nós.
Para mim, como eu nos sinto, somos um. Crescemos como um. Tu, eu, Xuxu, Ninu, estávamos sempre juntos, sempre um só, sempre o rock e a amiga, inseparáveis....
Lembras-te de nós? Claro que sim. Lembras-te da minha trinca nas costas e da martelada que me deste?
Das nossas brincadeiras? Do brother Numpsey, dos drumbuies, das anedotas copos e risadas?
Eu sei que sim.
Mas sabes do que me lembro mais?
Da nossa cumplicidade. Não é esta que agora aparece nas revistas cor de rosa de como X e Y são muito cúmplices e passado uma semana "já foste". 
Mas a nossa de irmãos, que se escondem e se revelam na exacta medida do que não tendo sido combinado parece ajustado a determinada situação.
A mãe nunca nos arrancou nenhuma queixa, nunca nos apanhou em falso - e se sabe tirar nabos da púcara.
Mas nós... Sempre falámos com um olhar...
Hoje, juntos, adultos, somos .... somos mais que a soma de todos nós, porque somos um presente vivido, um passado já escrito e um futuro de esperança no que virá, que seja o que for, será ou a felicidade presente ou a esperança na felicidade em que se acredita. 
Adição de passado, presente e futuro, multiplicado por um amor que está em nós (e não apenas onde estamos), e cujo resultado será inevitavelmente IRMÃOS (na verdadeira e mais completa acepção da palavra)!


terça-feira, julho 09, 2013

É mais ou menos isto


se bem que a primeira parte não é inteiramente verdade (sempre me estive nas tintas), mas a última é definitivamente o meu modo presente.

quarta-feira, julho 03, 2013

Hoje somos assim!


Hoje estamos todos, ou quase todos, apenas não estão os que apenas habitam dentro de nós.
Hoje somos todos, em família. Uma grande e complexa familia. Mãe, companheiro, filho do companheiro, três filhos da mãe (LOL), nora da mãe, 2 netos da mãe, um nascituro neto da mãe, e o filho da nora da mãe, sendo que eu não sou a mãe mas pertenço aos filhos da mãe.
Hoje foi um dia feliz, à nossa maneira.
A foto supra é apenas porque nós somos muito como os membros daquela familia (mas nas reuniões não se bebe sumo de laranja, tal como na série também não se bebia), apenas não tão ricos, mas os ingredientes estão quase todos lá.
O que interessa é que hoje, e nunca antes, estávamos todos. Com risos, e abraços e e beijos e mais beijos, a falar alto, em português, inglês e tailandês,  com traduções e mais risos.
Hoje somos uma familia. Grande, internacional, misturada.
Mas somos familia. 
Soma de nós.
Unos.