sexta-feira, dezembro 07, 2012

160 dias


Nada de AAs ou NAs, apenas o Apelo que ouvi até à exaustão num mp3 cor de rosa, na minha casa branca de portadas verdes, com um belíssimo jardim, sentada no meu sofá do meu deck (como sonhei .... a casa claro) e na companhia da noite escura e estrelada, com aquele frio que só a manta polar, copo de vinho e cigarro, aquecem....não aquecem...apenas constatam os braços... os abraços que faltam.
São 160 dias que apenas eu conto, but .... who is counting???
"Porque a dor que agora sentes só se cura com o perdão."
É verdade.
O perdão não cura quem fez o mal, cura quem o sofreu, cura quem o sentiu a dor.
Não estou curada. Não perdoei.
Acho que de quem me causou dor, apenas perdoei duas pessoas. 
O meu pai (e só o perdoei depois de ele morrer - e o que eu dava para o ter perdoado enquanto vivo) e à Joana, a primeira grande desilusão, a primeira que me mostrou o que é a inveja, o ciume, a ausência de perfeição no mundo.
Mas aos dois perdoei.
Acho que não consigo perdoar mais ninguém.
Aos meus filhos, talvez. Os erros ou falhas, os desamores, aos filhos perdoa-se tudo, mesmo que pareça que se castiga. E castiga-se mas perdoa-se, porque é o meu papel de mãe, estar lá, mesmo quando não merecem, mas porque precisam. E a mãe sou eu, só eu. Não há e não haverá mais nenhuma.
Aos outros? Para os outros? Fica a folha de papel, como a dos chocolates, que por muito que esticássemos nunca mais seria a mesma, teria sempre rugas, e vincos e marcas .....

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