terça-feira, março 18, 2014

Amigalhaços

Ia escrever sobre amigos que não o são, mas estava dificil dissecar concenceitos (até porque se não o são não merecem nem o tempo, nem o esforço intelectual de dissecar conceitos), e lembrei-me se um texto do Miguel Esteves Cardoso, que com simplicidade já tinha abordado o tema.
"Os amigalhaços são mais detestáveis que os piores inimigos. Os nossos inimigos, ao menos, não nos traem. Odeiam-nos lealmente. Mas um amigalhaço, que é amigo de muitos pares de inimigos e passa o tempo a tentar conciliar posições e personalidades irreconciliáveis, é sempre um traidor. Para mais, pífio e arrependido. Para se ser um bom amigo, têm de herdar-se, de coração inteiro, os amigos e os inimigos da outra pessoa. E fácil estar sempre do lado de quem se julga ter razão. O que distingue um amigo verdadeiro é ser capaz de estar ao nosso lado quando nós não temos razão. O amigalhaço, em contrapartida, é o modelo mais mole e vira-casacas da moderação. Diz: «Eu sou muito amigo dele, mas tenho de reconhecer que ele é um sacana.» Como se pode ser amigo de um sacana? Os amigos são, por definição, as melhores pessoas do mundo, as mais interessantes e as mais geniais. Os amigos não podem ser maus. A lealdade é a qualidade mais importante de uma amizade. E claro que é difícil ser inteiramente leal, mas tem de se ser. "

É exatamente isto, é que a lealdade para mim, não é apenas a qualidade mais importante de uma amizade, é mesmo a qualidade por excelência para qualquer pessoa.
E os amigalhaços, são exatamente o descrito, e um pouquinho mais, na medida em que são para mim vermes execráveis.
Ora eu, rapariga dada a epifanias e a súbitos momentos de clarividência, percebi na passada sexta feira à noite (aquando de um banho relaxante e um gole de um belissímo Pegões Colheita seleccionada) que determinados factos aparentemente desconexos, e até desprovidos de signifícância, faziam afinal todo o sentido (tenho no entanto que e penitenciar pelo atraso de 3 meses - estou a perder qualidades).
Vai daí e após se ter feito luz na minha mente, decidi eliminar amigalháça e amigalhaços conexos, assim em modo limpeza de armários.
É que é exactamente o tratamento que essa gente merece.
Claro que nunca sequer me vão perguntar nada - é o perguntas, que sabem perfeitamente que aqui a autora tem língua afiada - mas até desejava que o fizesse, só para levar com meia dúzia daquelas bem azedas, e outras tantas verdades (que todos lhe dizem pelas costas).
Mas é melhor ficar assim, fico no meu canto, ignoro absolutamente, e felizes na mesma.
E o mais ridículo é que há mesmo gente que nasceu para estar quietinha, pois é no exacto momento que decidem fazer alguma coisa, que enfiam o pé na argola.
Gente medíocre e insignificante, cujo pico da existência é armarem-se em "Amore Nostrum".
Porém, sempre tenho que reconhecer, que não se ver mais resultado da actividade é uma verdadeira pena, e uma fatalidade existencial da qual o mundo dificilmente se irá recompor, na medida em que só se estragava uma casa.
Para essa gente fica a música que se segue e uma beijoca!




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