segunda-feira, janeiro 14, 2013

Looking back

e já são quase 36 que em termos de vivência (não de aspecto, vá lá) devem corresponder a sessenta e tal, acho que ainda não aprendi.
Ainda não aprendi a ser fácil, a ser enganadora, a ser dissimulada. Isso ainda não aprendi.
Já aprendi muito, e já levei muito na tabuleta, mas sempre porque me mantive honesta, séria.
Não me considero amarga e nem sequer mal disposta, mas tenho limites, tenho fronteiras, e uma fronteira que é um muro electrificado de arame farpado e que corresponde ao respeito por mim e pelos outros.
Se já apanhei algum choque ou já me piquei? Claro que sim. Claro que já fiz coisas das quais não me orgulho, e com tais erros aprendi a peremptoriedade desses limites, porque quando os violei senti-me o pior dos seres, senti vergonha. Portei-me mal sobretudo comigo, mas não magoei ninguém. 
Bebi demais. Às vezes acontece.
Não te desrespeito, não traio, não tenho "ses".
Para mim não há o "se eu não namorasse".
Afinal o que é esse namoro? Uma prisão? A fileira que não podes trespassar?
Sempre defendi a adesão intrínseca à norma (legal, moral ou social), pelo respeito porque é o certo.
Como alguém escreveu, quero que os meus filhos adiram e façam o bem, por amor ao bem, e não por quererem ir para o céu ou temerem o inferno.
Eu tento fazer o que está certo, apenas porque acho que é o certo, sem querer prémios, sem medo das penalizações. 
Mas... e isto eu já devia ter aprendido ... ninguém é como eu.
E porque ninguém é como eu, ninguém percebe este modo de pensar e de ser.
Eu percebo a maneira de ser dos outros, a tua.maneira.
Eu percebo os engates dissimulados, a forma de se sentirem importantes com vãs palavras, o prazer imediato, as massagens de ego.
Percebo tudo. Mas não sou assim e não pretendo ser.
Por isso, " se não namorasses", tens bom remédio, não namores. Sê honesto contigo.
Eu sou comigo e não saberia ser de outra maneira, com todas as limitações, as regras, mas são as minhas, aquelas em que acredito, as que eu aplico a mim. 
Posso ser magoada, desiludida, podem-me mentir e enganar, mas contínuo a acreditar na honestidade, e claro " é mais feliz quem mais ama", e não precisa de "ses".

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