1. Qualidade de franco.
2. Sinceridade.
3. Generosidade; liberalidade; isenção."
Acho que caiu no esquecimento por falta de prática continuada e consistente.
Deve-se ter perdido ali, na Rua da Desculpa esfarrapada no cruzamento com o Beco da falta de tomates.
Hoje, já ninguém tira satisfações, já não se pergunta na tromba afinal o que é que se passou.
Não, isso era franqueza a mais e Deus nos livre de tal.
Hoje cumprem-se protocolos mais ou menos manhoso e definidos por membros de tribo com extrema falta de tomates ou então, mandam-se bocas no Facebook.
Mas afinal qual é o problema?
Andei a pensar nisto ontem à noite entre o "Sexo e a Cidade 2", limpeza do vomitado do J., chá, festinhas na barriga, e mais limpeza de vomitado - uma saga que durou até às 7 da matina.
O problema é que se arranja desculpa para tudo, e como se arranja desculpa para tudo, não se pode confrontar ninguém com o facto de ser uma besta, ou ter agido mal.
Não. Isso jamais.
Tudo tem sempre uma desculpa, e como tal não há culpados e porque não há culpados, não se confronta ninguém.
É a infância difícil, é a medicação (o Victan que caiu mal), é o transtorno porque a vida não corre.
Eu não digo que não são factos que estiveram na origem de comportamentos. O que eu afirmo, é que não são desculpas. Não servem para legitimar ter-se sido uma besta, ou ter-se traído, ou ser-se uma vaca que se mete com tudo o que mexe.
Não serve.
Porque problemas toda a gente tem, mas uma coisa é ter agido mal e afirmar "estive mal, fui uma besta, não devia ter feito ou dito, mas tens razão a culpa é minha", outra coisa é "coitadinha, é uma vaca porque teve uma infância dificil", ou "fui incorrecto, mas são muitos problemas nas minhas costas e estava muito sensível".
FODA-SE.
Custa assim tanto reconhecer a culpa, o erro, sem desculpas?
Custa assim tanto um sentido acto de contrição.
A mim não me custa nada. Faço merda, assumo. Tenho que pedir desculpas, peço, assumo se errei.
Por isso não me venham com conversas de merda e desculpas de merda que para esse peditório não dou.
No filme, e na minha modesta opinião, a Carrie foi uma vaca, mas teve-os no sítio para dizer a merda que tinha feito (ainda que tenha ali andado na desculpa esfarrapada do "ai que agora não queres sair e tal, e sem filhos e televisão no quarto..blac").
Mas também só nos filmes é que se faz uma merda como ela fez e ainda se recebe um diamante preto...
Sem comentários:
Enviar um comentário